No artigo de hoje, vamos resgatar a memória e relembraremos a Primeira Reunião Internacional para debater sobre medidas de preservação do meio ambiente, a Conferência de Estocolmo-72. Esse evento foi o pontapé inicial para que líderes e chefes de Estado pensassem a respeito do tema. Ficou curioso? Continue a leitura!
A Conferência de Estocolmo-72 ocorreu na capital da Suécia entre os dias 5 e 16 de junho de 1972. Esse evento foi o pioneiro a discutir propostas sobre o meio ambiente e maneiras para reduzir o impacto do homem na natureza. A partir dele, foram realizadas outras conferências com o mesmo objetivo, como: Eco-92, Rio+10 e Rio+20.
Nessa conferência, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) que visa cuidar do ecossistema, prever mudanças climáticas, preservar os recursos hídricos e evitar desastres ambientais.
A Conferência de Estocolmo contou com representantes de 113 países, entre eles o Brasil, e de 400 organizações governamentais e não-governamentais.
Houve duas posições antagônicas nesta conferência: os países desenvolvidos que defendiam o preservacionismo e os países em desenvolvimento, que alegavam a utilização dos recursos naturais para sua promoção econômica.
Estes últimos não concordaram com as metas de redução das atividades industriais, visto que tal ação poderia comprometer a economia.
Ao mesmo tempo, outros mostraram-se empenhados em cumprir os acordos estabelecidos. Por exemplo, os Estados Unidos comprometeram-se em reduzir a poluição em seu território.
O debate durante a conferência foi inflamado pela necessidade de adoção de um novo modelo de desenvolvimento econômico. Algo que conciliasse o uso das reservas naturais não renováveis, como o petróleo, ao mesmo tempo que não reduzisse o crescimento econômico.
O Brasil foi um país decisivo em muitas das discussões promovidas. O País, que estava em pleno "milagre econômico", defendeu o uso dos recursos naturais a qualquer custo, sem se importar com a preservação ambiental.
O Ministro Costa e Cavalcanti, Ministro do Interior e chefe da delegação brasileira durante o evento, declarou:
Desenvolver primeiro e pagar os custos da poluição mais tarde.
Após os debates foi elaborado o documento intitulado "Declaração sobre o Meio Ambiente Humano".
Entre os princípios desta Declaração está o reconhecimento de que os recursos naturais necessitam de gestão adequada para não serem esgotados. Afinal, estes precisam estar presentes e disponíveis para as gerações futuras.
O documento aponta que a capacidade de produção de recursos renováveis do planeta deve ser mantida e, se possível, melhorada e restaurada.
Entre os princípios da Declaração sobre o Meio Ambiente Humano estão:
Descarte correto de substâncias tóxicas
Apoio à luta contra a poluição
Prevenção à poluição em mares, utilização legítima do mar
Garantia de ambiente seguro para assegurar a melhoria da qualidade de vida
Assistência financeira e transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento
Melhoria das políticas adequadas dos estados-membros da ONU
Gestão racional dos recursos naturais em benefício de toda a população
Investimento em educação e pesquisa
Eliminação completa das armas de destruição em massa, como bombas nucleares
Embora nenhum acordo concreto fosse concluído em Estocolmo, a Conferência abriu caminho para o desenvolvimento sustentável, o Direito Ambiental e a consciência ecológica.
Também inaugurou a agenda mundial de discussões ambientais, e após a sua realização, a ONU criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
De igual maneira foi decidido que o dia 5 de junho, quando se iniciou a conferência, seria comemorado o Dia do Meio Ambiente.
O próximo passo seria a realização da Cúpula da Terra, que ficou conhecida como a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, em 1992.